A seção a seguir examina como e por que os organizadores das fundações formularam a idéia que deu origem à sua iniciativa. Nesses três casos foram escolhidas estruturas distintas, adequadas a diferentes necessidades e oportunidades locais.
- Exemplo 1: Uma fundação comunitárian
Puerto Rico Community Foundation - Exemplo 2: Associação do setor privado
Foundation for the Philippine Environment - Exemplo 3: Uma coalizão pelo meio ambiente
Philippine Business for Social Progress
Por que criar uma fundação?
Resumo
|
Cada fundação citada neste capítulo foi estabelecida como uma estratégia para tratar de profundos desafios sociais. Esses desafios eram amplos (desenvolvimento social, desenvolvimento comunitário e conservação ambiental) e não era provável que pudessem ser resolvidos a curto ou médio prazo. Não se tratava apenas de descobrir como uma necessidade imediata poderia ser atendida, mas como os recursos financeiros poderiam ser usados para promover ação sustentada a longo prazo. As características do momento também eram um fator. A Philippine Business for Social Progress, por exemplo, deve sua gênese à percepção por parte de líderes empresariais de que precisavam mostrar uma consciência social e se distinguir do governo ditatorial da época.
Quem cria fundações?
Os organizadores das fundações deste capítulo - Philippine Business for Social Progress (PBSP), Puerto Rico Community Foundation (PRCF) e Foundation for the Philippine Environment (FPE) - eram grupos pequenos de indivíduos (cinco a dez) empenhados em angariar apoio para causas que eram muito importantes para eles. A esse objetivo eles dedicaram muito tempo, energia e/ou recursos financeiros. As pessoas vinham de diversas áreas, incluindo os setores empresarial e acadêmico, governamental e a sociedade civil e religiosa. Em todos os casos, a liderança e a visão das pessoas do grupo foi fundamental. Esses fundadores muitas vezes se tornaram curadores, diretores ou funcionários e continuaram, em seus novos papéis, a ajudar no desenvolvimento da organização.
Os fundadores desempenharam diversos papéis. Eles:
- Trabalharam para evidenciar a necessidade de uma fundação
- Contribuíram com suporte técnico, financeiro, consultoria e facilitação
- Captaram recursos para a iniciativa
- Mobilizaram talentos, energia e recursos de outras pessoas que compartilhavam de sua visão
- Planejaram e implementaram a fundação
Embora as pessoas muitas vezes sejam a força motriz que aciona o desenvolvimento das fundações de financiamento de projetos sociais, as organizações também podem desempenhar papéis fundamentais. No caso da PRCF, da FPE e da PBSP, organizações estabelecidas (incluindo outras fundações, organizações não-governamentais, empresas e até mesmo órgãos do governo) ajudaram na criação da fundação. O apoio que essas organizações deram à iniciativa veio na forma de acesso ao conhecimento e às informações, espaço físico, funcionários e assistência técnica.
Que habilidades e conhecimentos são importantes para a criação de fundações?
Entre as habilidades dos fundadores, destacamos:
- Compreensão das condições econômicas e sociais e de como essas condições afetavam as comunidades que eles desejavam atender
- Conhecimento de instituições e redes já existentes envolvidas com questões similares
- Conhecimento das leis locais que regiam o setor das organizações não-lucrativas
- Experiência em contabilidade, especialmente conhecimentos sobre administração de recursos e leis tributárias
- Contatos com organizações ou pessoas que poderiam oferecer apoio
- Conhecimento de organizações não-governamentais, em especial sobre sua administração, possíveis estruturas e necessidades.
Que papel as organizações de outros países podem desempenhar?
As fundações de financiamento de projetos sociais são um tipo relativamente novo de organização em vários países. Os obstáculos ao seu estabelecimento incluem a falta de informações e um contexto financeiro muito incerto. As organizações de outros países podem ajudar a superar alguns desses obstáculos, fornecendo informações, bons modelos e assistência técnica e financeira. Foi o que aconteceu no caso da PRCF, em que a Fundação Ford teve um papel de apoio importante, e no da PBSP, em que os fundadores adotaram uma abordagem aprendida com outra fundação sul-americana, a Dividendo Voluntario Para la Comunidad, da Venezuela. Os fundadores da PRCF e da PBSP trabalharam com grupos estrangeiros para avaliar a necessidade de organizar o financiamento de projetos sociais, conquistar apoio político e financeiro e adaptar a idéia ao contexto local. ONGs internacionais especializadas (como o Synergos), associações de fundações e instituições religiosas também foram importantes no desenvolvimento de fundações de financiamento de projetos sociais no Hemisfério Sul, mas não desempenharam um papel fundamental nesses casos específicos. Essas organizações ofereceram acesso a recursos, suporte técnico e consultoria, conexões com outras fundações e informações.