Esta seção analisa alguns exemplos de como fundações locais vêm captando recursos de fundações internacionais
- Exemplo 1: Uma parceria com a Danielle Agostino Foundation
Fundación Vamos (México) - Exemplo 2: Financiamento básico da Fundação John D. e Catherine T. MacArthur
Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (Moçambique)
Que fundações internacionais podem financiar fundações doadoras de outros países?
Resumo
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Um nÙmero pequeno de fundações, principalmente da América do Norte, Europa e Japão, têm programas internacionais de doações. Entre essas fundações internacionalmente ativas, poucas têm canalizado seu apoio através de fundações de outros países. No entanto, esse financiamento foi em diversos casos fundamental para o crescimento e o desenvolvimento de fundações de outros países. Muitas fundações internacionais divulgam os países e as áreas de atividade que estão interessadas em apoiar. As diretrizes podem ser obtidas diretamente com elas e estão muitas vezes disponíveis na Internet.
Por que as fundações internacionais financiam fundações parceiras em outros países?
Uma fundação internacional pode, é claro, ter vários objetivos que a façam trabalhar com parceiras em outros países. Dentre as razões que elas escolheram para trabalhar com as fundações analisadas nesta seção, estão:
- Ganhar acesso ao conhecimento e a organizações locais
- Trabalhar com parceiras que dividam os mesmos valores e padrões de responsabilidade
- Aumentar a sustentabilidade de suas iniciativas em outros países através do apoio ao crescimento de instituições filantrópicas locais que dêem continuidade a essas iniciativas.
As fundações internacionais têm ajudado as fundações parceiras:
- Co-financiando seus programas de doações
- Ajudando-as a mobilizar recursos adicionais
- Fornecendo apoio técnico
- Financiando custos operacionais básicos.
Como abordar as fundações internacionais?
As fundações internacionais, assim como suas parceiras, têm suas próprias políticas relativas a potenciais apoios. Algumas têm uma equipe de campo; outras podem abordar proativamente a fundação local com uma idéia para um programa em conjunto. Algumas consideram e até mesmo preferem receber propostas não solicitadas, enquanto outras sequer considerarão financiar uma proposta sem um contato anterior significativo.
A Fundación Vamos e a Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC) concluíram que precisavam investir algum tempo para conhecer a equipe e os objetivos relevantes da fundação internacional. Isso permitiu o desenvolvimento de um bom relacionamento e de canais de comunicação entre elas. A experiência delas sugere três fases distintas no relacionamento.
- Estabelecendo as bases do trabalho
Fazer contato com a equipe ou com outras pessoas ligadas à fundação internacional ajudou a iniciar o diálogo e a gerar um entendimento. Esses contatos vieram através da participação de um fundador em uma conferência internacional, no caso da FDC, e através de terceiros, no caso da Vamos. Ao estabelecer as bases do trabalho, as duas fundações tentaram:- Identificar as áreas de financiamento e os objetivos da fundação internacional
- Discutir seus próprios objetivos e como eles poderiam ser alcançados
- Contextualizar mais amplamente o papel de ambas na sociedade
- Demonstrar sua capacidade e integridade.
- Aprimorando a proposta
Nesse estágio, as bases de trabalho começam a tomar forma como propostas concretas de ação. Nem a Vamos nem a FDC submeteram propostas não solicitadas. Elas determinaram o conteÙdo de suas propostas através de consultas às suas clientelas e às equipes das fundações internacionais. Essas propostas foram revisadas com o feedback fornecido por ambas as fundações. Nos dois casos, o relacionamento entre as fundações locais e as internacionais envolveu uma série de propostas, cada uma partindo do resultado dos trabalhos de anos anteriores. Elas consideram que um material complementar de comunicação consistente, uma boa reputação, uma excelente proposta e a habilidade de executála foram vitais para seu êxito. - Avaliando o progresso e as próximas etapas
Uma vez concedidos os financiamentos, a FDC e a Vamos precisavam manter suas parceiras internacionais bem informadas sobre seu progresso, algo que nem sempre foi simples como pode parecer. Em qualquer acordo de financiamento é comum o estabelecimento de um processo de relato de informações, mas esse foi apenas um aspecto do procedimento usado pelas fundações apresentadas neste capítulo para construir um relacionamento contínuo. Suas experiências sugerem que é importante manter um canal de comunicação aberto através do qual seja possível discutir os êxitos e os desafios à colaboração mÙtua. A Vamos conduziu visitas de campo conjuntas como uma forma de dividir as lições aprendidas no trabalho.